Por
Dr. Wellington Galindo
Concílio de Cartago (418 d.C.)
O Concílio de Cartago ocorreu no ano 418 d.C., em um período em que a Igreja combatia a heresia do pelagianismo, que negava a doutrina do pecado original e a necessidade da graça divina para a salvação.
O concílio foi convocado por Aurelius, bispo de Cartago,
com apoio de Agostinho de Hipona. Ele teve o respaldo do Papa Zósimo, que
posteriormente confirmou suas decisões.
Principais Temas Debatidos
1. O
Pecado Original
O concílio reafirmou que todos os homens
nascem com a natureza corrompida pelo pecado de Adão.
2. A
Necessidade da Graça
Condenou a ideia de que os seres humanos podem
alcançar a santidade sem a intervenção da graça divina.
3. A
Doutrina do Batismo
Estabeleceu que o batismo infantil é necessário para a remoção do pecado original.
4. Condenação
de Pelágio e suas ideias
Pelágio afirmava que o homem poderia escolher o bem sem a ajuda da graça divina. O concílio rejeitou essa posição e afirmou que a salvação depende unicamente da graça de Deus.
Principais Agentes
Agostinho de Hipona Principal defensor da doutrina do pecado original e da necessidade da graça.
Aurelius de Cartago Bispo que liderou o concílio.
Pelágio,Herege condenado por negar o pecado original.
Duração
O concílio foi breve, durando poucos dias no ano de 418 d.C.
Decisões Importantes
Pelagianismo condenado como heresia.
Reafirmação da doutrina do pecado original e da graça.
O batismo infantil reconhecido como essencial para a remissão do pecado original.
Concílio de Trento (1545–1563 d.C.)
Contexto Histórico
O Concílio de Trento aconteceu entre 1545 e 1563, em resposta à Reforma Protestante de Martinho Lutero (1517). Ele foi a base da Contrarreforma, um esforço da Igreja Católica para reafirmar suas doutrinas frente ao avanço protestante.
Quem Convocou?
Foi convocado pelo Papa Paulo III, em 1545, e teve continuidade sob os papas Júlio III e Pio IV.
Principais Temas Debatidos
1. Doutrina do Pecado Original Reafirmou a posição da Igreja
sobre o pecado original, semelhante ao Concílio de Cartago.
2. Justificação pela Fé e Obras Rejeitou a doutrina
protestante da justificação somente pela fé (sola fide) e afirmou que a
salvação exige tanto fé quanto boas obras.
3. Autoridade da Tradição Definiu que a tradição da
Igreja tem o mesmo peso de autoridade que as Escrituras.
4. Sacramentos Confirmou os sete sacramentos (Batismo,
Eucaristia, Confirmação, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e
Matrimônio).
5. Transubstanciação Reafirmou que, na Eucaristia, o pão
e o vinho se transformam no corpo e sangue de Cristo.
6. Cânon das Escrituras Definiu os livros da Vulgata Latina como os livros canônicos da Bíblia, incluindo os deuterocanônicos (rejeitados pelos protestantes).
Principais Agentes
Papa Paulo III, Júlio III e Pio IV Líderes da Igreja que
supervisionaram as sessões do concílio.
Bispos Católicos e Teólogos Participaram das discussões e
formulações doutrinárias.
Líderes Protestantes (Ausentes) Foram convidados, mas recusaram participar.
Duração
O Concílio de Trento foi um dos mais longos da história, durando 18 anos (1545–1563), com interrupções devido a conflitos políticos e disputas teológicas.
Decisões Importantes
Rejeição das doutrinas protestantes.
Reafirmação da justificação pela fé e obras.
Criação de seminários para formar padres.
Reafirmação da autoridade da Igreja sobre a interpretação bíblica.
Conclusão
Ambos os concílios tiveram grande impacto na história do
cristianismo. O Concílio de Cartago definiu a doutrina do pecado original e
condenou o pelagianismo, enquanto o Concílio de Trento fortaleceu a Igreja
Católica contra a Reforma Protestante. Ambos reafirmaram a necessidade da graça
divina para a salvação.
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